Ano da Oração – Jubileu 2025
A Caminho com a Irmã Lúcia

Jun 13, 2024 | Notícias

O Papa Francisco dedicou o ano de 2024 a uma grande “sinfonia de oração”, com vista à preparação do Jubileu de 2025.

Diz-nos o Santo Padre:

Desde já, apraz-me pensar que o ano que precede o evento jubilar possa ser dedicado a uma grande “sinfonia” de oração. Antes de mais, para recuperar o desejo de estar na presença do Senhor, de O escutar e de O adorar.

Neste ano de 2024, dedicado à oração como preparação para o Jubileu de 2025, somos chamados a descobrir o dom inestimável de poder dialogar com o Senhor, de coração a coração, tornando-nos assim peregrinos de esperança, porque “a oração é a primeira força da esperança. Tu rezas e a esperança cresce, avança. Diria que a oração abre a porta à esperança. A esperança existe, mas com a minha oração abro a porta” (Papa Francisco, Catequese, 20/V/2020).

Neste sentido, como forma de subsídio para nos ajudar na vivência deste ano, publicamos a cada mês, até dezembro de 2024, excertos do sexto apelo da Mensagem – Apelo à oração – que a Irmã Lúcia escreveu no seu livro “Apelos da Mensagem de Fátima”.


Sexto apelo da Mensagem de Fátima – APELO À ORAÇÃO – Parte I

Orai, orai muito!

Como é já do vosso conhecimento, este apelo teve lugar na segunda aparição do Anjo.

Encontravam-se as pobres crianças entretidas, sentadas nas lajes do poço situado no quintal dos meus pais. O Mensageiro celeste apresenta-se e dirige-lhes a seguinte pergunta: «Que fazeis?» e, sem esperar resposta, continua: «Orai, orai muito! Os Corações de Jesus e de Maria têm sobre vós desígnios de misericórdia. Oferecei constantemente ao Altíssimo orações e sacrifícios. (…) De tudo que puderdes, oferecei um sacrifício em acto de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores. Atraí assim sobre a vossa Pátria a paz. Eu sou o Anjo da sua guarda, o Anjo de Portugal. Sobretudo aceitai e suportai o sofrimento que o Senhor vos enviar».

Embora as revelações sobrenaturais sejam ordinariamente acompanhadas de uma graça especial que elucida sobre o seu significado, todavia, na ocasião, as pobres crianças estiveram longe de supor todo o seu alcance e significado como o podemos compreender hoje e transmiti-lo às almas, como é a vontade de Deus que o faça, e é por isso que ainda aqui me tem ao Seu dispor.

Na ocasião, nem ao de leve puderam as crianças suspeitar que essa chamada à oração era não só para elas, mas também para toda a humanidade. Hoje, considero este apelo como uma chamada de atenção para o caminho marcado por Deus às Suas criaturas, desde o princípio da criação.

De facto, no Antigo e Novo Testamento, que contêm a palavra de Deus, encontramos bem vincada a senda que Deus traçou à humanidade; mas, infelizmente, os homens, na sua maioria, ignoram o fim para que foram criados. Ignoram a existência de Deus, seu Criador; ignoram o santo nome de Deus, a Quem nunca souberam dar o doce nome de Pai; e ignoram o caminho que devem seguir para poderem um dia chegar a ser felizes na Casa do Pai.

Assim a maior parte da humanidade é vítima da ignorância, busca a felicidade onde não a pode encontrar e afunda-se cada vez mais na desgraça e na miséria. Lancemos uma vista de olhos sobre o mundo! Que vemos? Qual é o quadro que se depara a nossos olhos? – Guerras, ódios, ambições, raptos, roubos, vinganças, fraudes, homicídios, imoralidades, etc. E, em castigo de tantos pecados: catástrofes, doenças, desastres, fome e toda a espécie de dor e sofrimento, sob cujo peso a humanidade geme e chora.

Os homens que se julgam sábios e poderosos continuam projectando mais guerras, mortes, misérias e desgraças … mais derramamento de sangue, em cujo mar afogam os povos – povos estes que, ao contrário, aqueles tinham obrigação de ajudar a viver e a salvar-se.

E tudo isso, para quê? Para arrastar e perder a humanidade nas ondas do ódio, da ambição, da vingança, da imoralidade… e perderem-se a si mesmos. Sim, porque também eles não tardarão a descer às cinzas do sepulcro! Onde estão hoje os seus antepassados que lutaram e viveram de igual modo? De muitos deles, ignora-se até o modo como acabaram neste mundo. E na eternidade, onde estarão as suas almas?

Sem dúvida, os corpos voltaram à terra donde foram tirados, porque assim está escrito: «Tu és pó e em pó te hás-de tornar» (Gn 3,19). E as almas, que temporariamente deram vida a esses corpos? – Essas voltaram também para o ser donde vieram – o Ser eterno, que é Deus. Com efeito, a alma foi criada por Deus, de natureza espiritual, à semelhança de Deus: «O Senhor Deus formou o homem do pó da terra e insuflou-lhe pelas narinas o sopro da vida, e o homem transformou-se num ser vivo» (Gn 2,7). Foi este sopro criador, saído dos lábios de Deus, que deu ser à nossa alma, criada, à semelhança de Deus, imortal.