Sexto Apelo da Mensagem de Fátima
Apelo à Oração – Parte VII

Dez 13, 2024 | Notícias

Mas, além destes templos construídos pelas mãos dos homens, temos outros templos, não menos reais, onde devemos orar e oferecer a Deus os nossos sacrifícios: é a nossa alma, o nosso coração, a nossa consciência. Aí está Deus! Aí habita a Santíssima Trindade! Se nos encontramos em estado de graça, somos templos de Deus: «Se alguém Me ama, guardará a Minha palavra; Meu Pai amá-lo-á e viremos a ele e faremos nele morada» (Jo 14,23).

Estamos perante o mistério da habitação de Deus em nós, que se verifica não só pela presença real de Jesus Cristo, quando o recebemos na Sagrada Comunhão, sob as espécies consagradas do pão e do vinho, onde Ele está presente e Se nos dá com o Seu corpo, sangue, alma e divindade, tão vivo e real como está no Céu, e assim desce à nossa alma, identificando-Se connosco por uma união de completa doação; mas verifica-se também pela presença real das três Pessoas Divinas, que transformam a nossa alma em templo vivo e permanente da Sua morada, desde que pelo pecado não nos tornemos indignos da Sua divina presença.

Assim no-lo diz o Apóstolo S. Paulo: «Não sabeis que sois templos de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destrói o templo de Deus, Deus o destruirá. Porque o templo de Deus, que sois vós, é santo» (1 Cor 3,16-17). O Apóstolo chama aqui a nossa atenção para os que, pelo pecado, profanam o templo de Deus, que é a própria alma, tornando-se assim indignos da presença divina neles. Nós temos obrigação de ser santos, isto é, de não ofender a Deus com o pecado, transgredindo a Sua Lei em matéria grave e até mesmo em matéria leve, advertida e voluntariamente.

Um pouco mais adiante, na mesma Carta de S. Paulo, lê-se: «O corpo não é para a imoralidade, mas para o Senhor, e o Senhor para o corpo. E Deus, que ressuscitou o Senhor, ressuscitar-nos-á também a nós pelo Seu poder. Não sabeis que os vossos corpos são membros de Cristo? (…) Aquele que se une ao Senhor constitui com Ele um só espírito. – Fugi da imoralidade (…) Não sabeis, porventura, que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, que recebestes de Deus, e que não vos pertenceis a vós mesmos? É que fostes comprados por um grande preço. Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo» (1 Cor 6,13-20). Talvez não nos tenhamos dado bem conta do inestimável tesouro que trazemos em nós e, por isso, às vezes, vivemos tão descuidados!

Em nós, a fé está amortecida, pelo que a sua luz deixa de resplandecer sobre os nossos passos; e assim a nossa vida fica sem força, a nossa oração sem fervor e a nossa união íntima com Deus acaba esquecida e apagada. Para correspondermos a este apelo à oração, que Deus nos dirige por meio da Mensagem, é preciso intensificar a vida de fé em nós, para que ela nos conduza à medida de renúncia, precisa para não ofendermos a Deus e mantermo-nos na Sua graça.

Sabemos bem como somos fracos de vontade e quanto necessitamos da força da graça para conseguirmos vencer as tentações que nos assaltam, os perigos que nos cercam e as tendências que nos inclinam para o mal. Por isso, Jesus Cristo nos ensinou a pedir ao Pai: «Não nos deixeis cair em tentação» (Mt 6,13).

E, como Jesus Cristo nos disse que, sem Ele, nada podemos fazer de bom (Jo 15,5), tomemos como força a oração, por meio da qual Deus nos concederá a graça precisa para compreendermos os Seus mandamentos, saber cumpri-los e merecer assim o auxílio do Seu amor paternal: «Pedi e dar-se-vos-á; procurai e encontrareis; batei a abrir-se-vos-á. Pois, quem pede recebe; e quem procura encontra; e ao que bate abrir-se-á. (…) Se vós, sendo maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o vosso Pai que está nos Céus dará coisas boas àqueles que Lhas pedirem» (Mt 7,7-8.11). Esta é a promessa que nos inspira a confiança na oração e nos certifica da sua eficácia.

Ave-Maria!